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Veja os projetos de comunicação comunitária que ecoam as vozes das favelas do Brasil

Iniciativas de comunicação comunitária unem forças em prol de mudanças sociais
Foto: Eduardo Bernardo / Vozes das Periferias

O trabalho social e o jornalismo comunitário praticado pelo Voz das Comunidades ultrapassa fronteiras. A atuação da ONG no Rio de Janeiro se tornou inspiração para comunicadores de diversas favelas do Brasil. As conexões com iniciativas de outros estados estão ganhando força e se consolidando cada vez mais. E, mesmo longe, o Voz acompanha de perto o impacto dos projetos parceiros nas periferias do nordeste e sudeste do país. 

“A gente aprende juntos e compartilhar saberes. Não estamos aqui para criar um modelo de fazer comunicação comunitária. Estamos aqui para aprender na prática e ter essa troca, que eu acho muito mais rica que qualquer outra coisa”, diz Rene Silva, fundador do Voz das Comunidades.

Vozes das Periferias

Em São Paulo, nas periferias conhecidas como Vila Prudente e Jd. Sinhá, o Instituto Vozes das Periferias trabalha para democratizar oportunidades através da comunicação, esporte, cultura, qualificação profissional e geração de renda. Criado em 2013 por Cesar Gouveia, a iniciativa começou como um portal de comunicação, com objetivo de reforçar a história da Vila Prudente para que moradores não fossem removidos por conta de uma obra do Metrô.

Atualmente, o Vozes das Periferias soma forças com a Rede Gerando Falcões para promover uma grande transformação na Favela do Haiti, através do projeto Favela 3D. No futuro, Cesar deseja implementar de maneira mais capacitada e potente o jornalismo comunitário nas favelas em que estão desenvolvendo trabalhos.

Parceiro do Voz das Comunidades, a instituição já recebeu diversas visitas de comunicadores cariocas. O intuito é discutir experiências, aprender e potencializar a rede de comunicação periférica. “Por meio de trocas permanentes, as equipes conhecem o que cada uma das instituições tem feito de transformador em suas quebradas. É através dessa exposição de potências e de desafios que muitas favelas e periferias podem ser transformadas, serem vistas e ouvidas”, diz Cesar Gouveia, CEO do Vozes das Periferias.

NORDESTeuSOU

Na grande mídia, o Complexo do Nordeste de Amaralina é evidenciado pela violência. A comunidade localizada em Salvador, na Bahia, conta com o trabalho do NORDESTeuSOU para romper esse estereótipo. Há 12 anos, o maior portal comunitário do Norte Nordeste ressalta a potência das favelas. “O Voz me inspirou pelo mesmo propósito de mostrar o outro lado da comunidade”, diz o CEO e fundador Jefferson Borges.

Em 2016, o NORDESTeuSOU firmou a parceria com o Voz, levando o nome da ONG em Salvador. Desde então, elaboram diversas atividades juntos, como o Prato das Comunidades, na pandemia e o Pazcoa do Nordeste, ação inspirada na campanha do Rio; Além da produção de conteúdos, como a participação de Jefferson Borges no Rock in Rio e a presença de colaboradores do Voz em eventos produzidos pela iniciativa na Bahia. “Pra gente é muito importante levantar a bandeira do Voz aqui na Bahia, porque nos abre várias portas e dá mais credibilidade ao nosso projeto”, afirma Jefferson. 

A tendência é crescer. O NORDESTEeuSOU está expandindo sua rede e levando a comunicação comunitária para outras periferias do Nordeste. Um exemplo é o LuisAnselmoEuSou, novo afiliado responsável pela cobertura em Luís Anselmo, Baixa do Tubo e Cosme de Farias.

Voz nas Comunidades

“O nome foi inspirado em vocês”, disse Davidson Carvalho, fundador do Instituto Voz nas Comunidades. A iniciativa nasceu na pandemia com ações de assistencialismo promovidas por um grupo de jovens da Favela do Padre Andrade, em Fortaleza, no Ceará. 

Davidson conta que acompanhava o trabalho de Rene e, em prol dos moradores da sua comunidade, buscava replicar as campanhas em Padre Andrade. “A gente foi cada vez mais se inspirando no Voz, moldando ideias e trabalhando para combater a fome e a pandemia”, relata. 

Com a consolidação do projeto, o Voz nas Comunidades se expandiu com atividades educacionais e culturais para crianças e jovens da comunidade. Incluindo também como propósito a democratização de oportunidades e acesso à informação. 

Assim como os demais projetos, houve um intercâmbio entre Rio e Fortaleza para fortalecer a parceria e promover troca de saberes. “A gente se identificou muito com o trabalho do Voz das Comunidades. O contato que a gente teve de poder ter essa troca e compartilhar esse momento foi incrível”, diz Davidson.

Referência em comunicação comunitária, Rene acredita que o jornalismo periférico está trilhando um bom caminho e exalta o trabalho dos demais líderes que atuam em prol das favelas. “Eu os vejo como grande inspiração. Estamos no caminho certo”, afirma.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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