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Vacinados contra Covid-19 NÃO estão desenvolvendo AIDS

Tem circulado pelas redes sociais uma informação, de relatórios oficiais do governo do Reino Unido, dizendo que pessoas imunizadas contra o coronavírus estão desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).

Na última quinta-feira 21 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a reproduzir este boato durante uma live em seu canal no YouTube . Contudo, ESTA INFORMAÇÃO É FALSA.

A fala do presidente Jair Bolsonaro sugeria que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. O texto lido por Bolsonaro em live nas redes sociais é de um site de teorias da conspiração.

O presidente tinha à mão uma folha que reproduzia um texto do Before It’s News, site mundialmente conhecido por propagar desinformação sobre vacinas e teorias da conspiração na internet.
Foto: Reprodução

O presidente tentou usar como argumento uma notícia da revista Exame, de outubro de 2020, para justificar a fake news. Entretanto, o conteúdo da reportagem foi distorcido.

“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados, quem são os totalmente vacinados, aqueles depois da segunda dose, 15 dias depois, estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) muito mais rápido do que o previsto (…) Não vou ler a matéria pra vocês aqui porque posso ter problemas com a minha live”, falou Bolsonaro.

O conteúdo mencionado pelo Jair Bolsonaro em sua live semanal foi retirado do ar. E o YouTube suspendeu o canal do presidente por uma semana.

O site da revista Exame desmentiu a fala de Bolsonaro. Isso porque a matéria reportagem, do ano passado, falava sobre um tipo de imunizante que poderia aumentar o risco de contrair o HIV. Porém, ela abordava uma carta de cientistas com alertas sobre o Ad5, um tipo de adenovírus, que não é usado nas vacinas aplicadas atualmente no Brasil.

O filho do presidente postou no Twitter a antiga manchete da revista Exame a comparando com uma outra notícia que criticava o presidente pela postura durante a live.
Imagem: Reprodução

Após a distorção da reportagem nas redes sociais, a Exame alterou o título da publicação e inseriu um ponto de interrogação para sinalizar que o enunciado na verdade se trata de uma teoria formulada por um grupo de pesquisadores.

Em nota oficial, o programa das Nações Unidas, que tem a função de criar soluções e ajudar nações no combate à AIDS (UNAIDS ), veio à público para esclarecer que as vacinas aprovadas pela ANVISA e disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são a forma mais eficaz de controle da pandemia de COVID-19.

“Asseguramos que não há evidência científica de associação entre receber a imunização completa e ter mais risco para adoecer em decorrência da AIDS. As formas de transmissão do HIV são bem conhecidas e detalhadas em literatura médica disponível e a vacina não é uma forma de transmissão possível. Reforçamos que o estigma e a discriminação relacionados ao HIV são um dos combustíveis da desigualdade e ainda hoje são a maior barreira de acesso a todas as tecnologias biomédicas disponíveis em território nacional”.

A transmissão de conteúdos falsos a respeito de qualquer assunto é extremamente grave. Tem muitas consequências e pode afetar a vida de alguém de diversas formas. Verifique as informações antes de compartilhar em grupos de família, amigos ou quaisquer outros.

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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