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Favelas do Rio de Janeiro têm aumento de 140% na média de mortes por Covid-19

Ao todo, já são 679 óbitos e a média móvel é de 3,42 nos últimos 7 dias
Complexo do Alemão. Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades

O Rio de Janeiro está na fase cinco da flexibilização do isolamento social. Entretanto, em todo o estado, já são mais de 200 mil infectados e mais de 15 mil mortes por Covid-19. Nos últimos dias, houve aumento de mais de 30% no número de óbitos, em relação às semanas anteriores.

Este aumento também foi notado pelo Painel Covid-19 nas Favelas, feito pelo Voz das Comunidades e que acompanha 25 favelas da cidade. Ao todo, já são 679 óbitos e a média móvel é de 3,42 nos últimos 7 dias. Isso representa um aumento de 140% em comparação a 14 dias. A taxa de letalidade nas favelas chega a 13,31%, mostrando que o Covid-19 é perigoso no nosso território.

  • Dia 17/08
    1 óbito na Gardênia Azul;
  • Dia 18/08 – 4 óbitos
    1 na Vila Vintém, 1 no Caju e 2 na Vila Kennedy;
  • Dia 19/08 – 7 óbitos
    1 em Vigário Geral, 1 na Vila Kennedy, 1 no Complexo do Alemão, 2 na Cidade de Deus e 2 na Gardênia Azul;
  • Dia 20/08 – 6 óbitos
    1 em Acari, 1 na Cidade de Deus, 1 no Complexo do Alemão, 1 na Vila Vintém e 2 no Complexo da Penha;
  • Dia 21/08 – 5 óbitos
    1 na Providência, 1 em Acari, 1 na Gardênia Azul, 1 no Complexo da Maré e 1 no Vidigal);
  • Dia 22/08
    1 óbito na Gardênia Azul.

Nova onda preocupa

Com isso, alguns especialistas já temem uma nova onda do novo coronavírus no Rio de Janeiro, já alertada pela FioCruz. Entretanto, é preciso observar por mais algumas semanas para se fazer uma análise mais profunda na situação. Em entrevista ao jornal Extra, o infectologista Alberto Chebado, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor da divisão médica do Hospital Clementino Fraga Filho (Hospital do Fundão), já demonstra preocupação. Ele contou que precisou abrir ontem mais leitos para o tratamento de Covid-19 na unidade e atribuiu o aumento de casos à flexibilização.

Hoje (quinta-feira) já tive que abrir leitos de Covid-19 no hospital. Estamos vendo a demanda aumentar nos últimos dias. Acredito que a tendência é de que surjam novos casos, e o aumento da média móvel de mortes pode ser consequência disso. É um reflexo das taxas de isolamentos das últimas semanas. Os números provocados pela reabertura começam a aparecer.

Alberto Chebado, ao jornal Extra.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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