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Observatório de Favelas lança pesquisa sobre mulheres que lideram iniciativas em defesa dos direitos humanos nas favelas

Os dados demonstram a violência armada e a falta de acesso a recursos financeiros como maiores desafios dessas iniciativas. 
Foto: Divulgação
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Produção: Ana Paula Medrado

A pesquisa ‘Mulheres, Ativismo e Violência: a luta por direitos nas favelas e periferias do Rio de Janeiro’ foi lançada nesta quarta-feira (3), na sede do Observatório de Favelas, na Maré. O estudo, realizado através do Programa de Direito à Vida e Segurança Pública, buscou compreender os perfis e estratégias de atuação de iniciativas de defesa de direitos lideradas por mulheres em territórios favelados e/ou periféricos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Representando 70%, o município do Rio de Janeiro ocupa o primeiro lugar em quantidade de iniciativas. Em seguida, está a região da Baixada Fluminense, com 19%, e a Grande Niterói, sendo 10%. O 1% restante é de abrangência metropolitana. Analisando somente o Rio, a maior concentração de iniciativas está na Zona Norte, somando 44%. Zona Oeste, Centro e Zona Sul vêm em seguida, respectivamente. Do total, 60% das iniciativas já foram afetadas por confrontos armados. Outro dado importante é que 76,5% não recebe financiamento.

Thaís Gomes, coordenadora executiva do Programa Direito à Vida e Segurança Pública, comenta que algo chamou muito a atenção. “A violência, como um fio condutor, vai ser o elemento que vai colocar nessas mulheres a necessidade de iniciar sua luta política e, nessa busca de superação, elas vão entender que isso é coletivo.”

“E, então, passam a se mobilizar em torno dessa pauta que atravessava elas inicialmente. Quando isso acontece, elas entram num processo de ‘revitimizaçao’ porque, à medida que elas começam a entender que isso é um problema coletivo e começam a atuar pela proteção de outros sujeitos de seus territórios, começam também a disputar espaço com outros agentes de poder, seja no local onde mora, na política institucional”, explicou Thaís.

A diretora executiva do Instituto Marielle Franco, Lígia Batista, estava presente na mesa de debate sobre o resultado do estudo. Para ela, é importante que pesquisas como essas sejam desenvolvidas porque “a reflexão sobre o que significa violência precisa ser protagonizada pelas pessoas que sofrem essas violências no cotidiano”.

Lígia considera fundamental ter a voz das favelas, das periferias e do povo preto. “Eles estão na linha de frente na luta por direitos humanos e que também são alvo da violência armada e política. Eu acho que essa pesquisa complexifica e qualifica o debate quando a gente vai tentar construir incidência sobre novas políticas públicas que trarão respostas sobre o que estamos denunciando”, pontua Lígia. 

O documento divulgado hoje tem cerca de 160 páginas e é dividido em quatro capítulos. O primeiro foca no “mapeamento das iniciativas de defesa de direitos lideradas por mulheres em favelas e periferias da região metropolitana do Rio de Janeiro”, enquanto o segundo em “quem são as mulheres à frente da defesa de direitos em favelas e periferias”. Já o terceiro foca nas “mulheres e as iniciativas de direito que lideram frente a violência armada, e o quarto e último: “estratégias e mecanismo de proteção”.

Para conferir a pesquisa na íntegra, basta clicar no link a seguir: Mulheres, Ativismo e Violência: a luta por direitos nas favelas e periferias do Rio de Janeiro.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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