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Pesquisa aponta que moradores LGBTQIAP+ de favelas já sofreram discriminação no ambiente de trabalho e nas favelas

Entre os dados do estudo, 80% das que se declararam lésbicas afirmaram que foram vítimas de assédio sexual
Foto: José Bismarck / Jornal Cidadão

“Ser gay ou lésbica na favela é diferente de sê-lo no asfalto”.

Esse é o grande destaque do Grupo Conexão G que, através do Observatório de Violências LGBTI+ em Favelas, publica o primeiro Dossiê Anual do Observatório de Violências LGBTI+ em Favelas. A pesquisa mostrou que metade do público LGBTQIAP+ que respondeu à pesquisa revelou que passaram por discriminação em ambiente de trabalho, dentro e fora da favela que moram.

A coordenação do estudo foi feito por Gilmara Cunha, líder internacional dos Direitos Humanos e fundadora e diretora do Grupo Conexão G de Cidadania LGBTI de Favelas. Sobre a pesquisa, Gilmara explica além do ambiente fora da comunidade, dentro da favela, o público LGBTQIAP+ também fica desamparado. “Aqui dentro, existem regras, muitas delas trazidas por igrejas neopentecostais, que nos colocam em risco”, destaca. “Como vamos denunciar um agressor que mora a três casas da nossa?”, questiona.

Gilmara comenta que as políticas públicas para pessoas LGBTQIAP+ não chegam até às favelas. “Uma travesti aqui dentro é diferente da do asfalto. É diferente ser gay, lésbica dentro de uma comunidade. Não queremos que isso aconteça. Queremos fazer parte da democracia e da sociedade.”

Os dados do Dossiê Anual do Observatório de Violências LGBTI+ em Favelas:

Raça:

  • 53% se declararam negros;
  • 24%, brancas;
  • 13%, amarelas;
  • 9%, indígenas;
  • 1% não respondeu.

Impacto da Polícia:

  • 48,28% já sofreram violência em uma abordagem policial;
  • 47,80% já tiveram suas moradias invadidas;
  • 70% disseram terem ficado impossibilitados em alguma ocasião de ir para casa em decorrência de operações policiais;
  • 24,28% contaram que já se sentiram ameaçadas em uma abordagem policial por sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Agressões e Assédio:

  • 23,5% declararam já terem sofrido assédio sexual;
  • 25,5%, abuso psicológico;
  • 80% das que se declararam lésbicas afirmaram que foram vítimas de assédio sexual;
  • 60% dos homens gays relataram assédio moral.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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