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Usar máscara salva, protege você e outras pessoas

Dúvidas sobre uso de máscara? O mais importante é saber que máscara não mata vírus, só que usar máscara salva, protege você e quem está por perto. Foto: Matheus Guimarães / Voz das Comunidades
usar máscara salva

Usar ou não usar máscara? Muita gente tem dúvida sobre o uso de máscaras por causa do novo Coronavírus e da doença que ele causa, a COVID-19. Bora esclarecer então! O mais importante é saber que máscara não mata o vírus e que usar máscara salva porque protege você e também protege quem está por perto. Por isso a gente deve sim usar máscaras. O uso de máscara é obrigatório na cidade do Rio desde 23 de abril.

A gente não tem aqui no Brasil o hábito de usar máscaras no rosto – no Japão, por exemplo, é super comum. O uso de máscara também é recomendado quando a poluição do ar tá muito forte, pra proteger as vias respiratórias de fuligem, de micro pedacinhos de poluentes. Aqui, geralmente, quem usa sempre máscaras de proteção são profissionais de Saúde. E é por essa dúvida que a gente começa os esclarecimentos.

1. Profissionais de Saúde precisam de muitas máscaras descartáveis 

As máscaras usadas por profissionais de Saúde durante o trabalho são um equipamento de proteção individual [EPI], assim como luvas, toucas e aventais. E são máscaras descartáveis, ou seja, usadas uma única vez e jogadas fora, por causa dos riscos de contaminação que existem em todas as unidades de Saúde, públicas ou particulares. 

Agora, é por causa do Coronavírus que profissionais de Saúde precisam de muito mais máscaras pra poder atender, com proteção, o número maior de pessoas já em atendimento e as muitas outras que se calcula ainda vão precisar de tratamento. E como o Coronavírus tá espalhado pelo mundo inteiro, o problema é que em diversos países não tá sobrando máscaras pros profissionais de Saúde.

A gente deve sim usar máscara, pra se proteger e proteger os outros, só que não precisa ser do mesmo tipo usado por profissionais de Saúde. A gente, que não é médica ou enfermeiro, não precisa de máscara pra usar uma só vez e jogar fora, e pode usar máscaras de tecido que são laváveis e podem ser usadas várias vezes.

2. Máscara de tecido é mais vantajosa pra gente

As máscaras de tecido, ou as caseiras, são perfeitas pra gente usar! Além da proteção, uma máscara de tecido tem as vantagens de ser lavável e de poder ser usada várias vezes. Uma máscara de tecido é suficiente pra quem não precisa sair todo dia, então, vai colocar antes de sair e lavar quando chegar em casa. Já quem precisa sair todo dia deve ter mais de uma máscara, pra evitar ficar sem se algum dia não der tempo de secar. E quem precisa sair e fica muito tempo fora de casa, aí deve ter mais de uma máscara pra cada dia. 

Mas, olha só, mesmo que você precise usar 5 máscaras por dia, a vantagem de ser de tecido é que não vão ser descartadas. A gente compra uma vez e vai usar muito mais vezes do que as descartáveis, como a dos profissionais de Saúde. Quem fica 6, 8 horas fora de casa, por exemplo, precisa ter máscaras de tecido pro dia de uso e pro dia seguinte também.  

A máscara de tecido não é pra ser usada o dia inteiro, tem que ser trocada depois de 2 horas no rosto. Mas, por que não pode usar máscara por mais de 2 horas? Porque a máscara protege a boca e o nariz de micro micro micro gotas, as gotículas que a gente não vê, o tecido fica úmido e já não protege como quando tá sequinho. Por isso, se você precisa sair e usar máscara por muito tempo, leva também um saquinho pra guardar as máscaras usadas que vai lavar depois. 

3. Como fazer uma máscara de tecido?

Máscaras de tecido protegem a gente sim do novo Coronavírus. Dá pra fazer até sem ter que costurar, em casa mesmo, só que eu não tô falando de lenço ou pano amarrado pra cobrir boca e nariz nem de papel toalha, porque máscara de tecido não é bagunça!

O que faz com que máscaras de tecido funcionem é o tecido e as camadas de tecido necessárias pra essa proteção do rosto. As máscaras, feitas por costureiras ou pela gente em casa, devem ter no mínimo 2 camadas de tecido e ser de algodão. O tecido que mais tem sido usado é o Tricoline, que é firme e não adere no rosto, não fica grudado na boca quando a gente fala, por exemplo.

Dá pra fazer uma máscara ótima usando um lenço ou um pedaço de tecido, sem costura, e que vai ter várias camadas, porque o tecido é dobrado várias vezes. Clica aqui pra ver o vídeo com o jornalista Márcio Gomes fazendo uma máscara assim, só dobrando o tecido e encaixando dois elásticos. 

A gente faz uma máscara caseira dobrando um tecido de algodão [tamanho tipo 18cm x 18cm] e encaixando 2 elásticos, tipo as xuxinhas: Coloca o tecido esticadinho na mesa ou na cama. Dobra a parte de cima pro centro do tecido. Dobra a parte de baixo também pro centro. Vira o tecido já dobrado pra dobrar do outro lado a parte de cima e a parte de baixo, igual fez antes. Vira de novo o tecido. Passa as xuxinhas pelas pontas do tecido. As duas xuxinhas vão separar a parte do meio do tecido e as pontas. Dobra as pontas do tecido pra parte do meio. Dá pra encaixar as pontas nas dobras. Vira ao contrário. Segura pelos elásticos pra encaixar no rosto. E pronto, você fez sua máscara de tecido e com várias camadas!

4. Quais os cuidados com as máscaras de tecido?

O principal cuidado é usar uma máscara de tecido por no máximo 2 horas. Outro cuidado é pra colocar e tirar: pega pelos elásticos ou pela fita de amarrar tanto pra colocar quanto pra tirar, não pega na parte da frente da máscara.  

Mais um cuidado é lavar sempre depois de usar. Máscaras de tecido podem ser lavadas igual a gente lava roupa, com água e sabão, só que tem que deixar de molho uns 40 minutos. Outra forma de lavar é com água sanitária: põe 2 colheres de sopa de água sanitária em meio litro de água, deixa a máscara 10 minutos e enxagua, daí lava com sabão. 

Também é importante ter atenção com a sensação de falta de ar que a máscara pode dar. Passa, é só uma sensação mesmo, porque a gente não tem o costume de usar, é normal estranhar já que tem algo tapando boca e nariz. A dica é colocar a sua máscara antes de sair pra rua, que é pra ter esse tempinho de adaptação, e dar uma respirada com calma pra mandar pro cérebro a mensagem de que tá tudo bem [sim, o cérebro entende]. Andar um pouco mais devagar também ajuda a tirar a sensação de falta de ar.

Ah, e não custa repetir: quem precisa trocar de máscara de tecido tem que tirar a usada, sem tocar na parte da frente, e botar direto num saco plástico pra lavar depois.

5. Máscara não mata o Coronavírus, é uma proteção contra ele 

A máscara, descartável pra profissionais de Saúde ou de tecido pra gente, não mata o Coronavírus. E não é porque tá de máscara que ah pronto acabou o risco do corona pegar a gente. Só usar a máscara não adianta se a gente continua se expondo ao vírus. O uso de máscara faz parte de uma série de medidas que a gente precisa tomar pra evitar transmissão e contágio: lavar as mãos, usar álcool em gel quando não pode lavar as mãos, ficar em casa se puder, manter distância das pessoas, não ficar em aglomerações. 

No programa COVID-19 Nas Favelas, que o Voz das Comunidades transmite na página do Facebook, a Jornalista Alana Nascimento comandou uma conversa comigo sobre máscara de tecido. Dá pra ver clicando aqui. E não esquece de baixar o aplicativo que o Voz lançou pra combater também a desinformação sobre a Covid-19, acessa direto aqui o site pra ver os detalhes dessa iniciativa sensacional.

Eu uso a máscara para proteger você. Você usa a máscara para me proteger. A gente usa máscara pra se proteger e pra proteger os outros, pode parecer bobiça só que não, porque não dá pra ver o vírus nem adivinhar quem o corona pegou. Usar máscara salva, colabora pra diminuir o espalhamento do vírus, coopera pra proteção de outras pessoas. E é com colaboração, com cooperação, que a gente vai conseguir chegar em pé depois da pandemia do Coronavírus e dos efeitos na vida pessoal e profissional da doença que ele causa, a COVID-19.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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