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Passam os anos e os problemas da rua São João, na Sabino, continuam os mesmos

Moradores da Rua São João, no Alemão, exigem o básico: calçamento, saneamento e iluminação
Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

Moradores da Rua São João, na região da Sabino, no CPX, sofrem com diversos problemas que vão desde o encanamento exposto e alguns quebrados, não iluminação e a falta de um caminho seguro. Ou seja, um calçamento adequado para chegar e sair de casa. 

E com as chuvas da primavera e verão, a situação pode se complicar para os que vivem por ali. Com uma ventania em outubro, um muro da casa da moradora Josicreide da Silva, de 57 anos, caiu. “O meu filho quem tirou (os escombros), pra liberar a passagem pro pessoal. Se eu tivesse dinheiro, eu já tinha feito o muro”, revela, pedindo ajuda para a construção das paredes que protegiam a casa. Mas para isso, precisa de um lugar que tenha pelo menos um solo firme e com acesso. 

Para andar pelo local é difícil. As pessoas que passam têm que se segurar nas paredes, para não escorregar em meio às pedras, canos e terra. Para os idosos e pessoas com alguma deficiência, fica ainda mais complicada a situação. 

“O que a gente quer é um caminho. A gente não quer muita coisa. Daquela parte pra lá, tem a obra que fizeram, né. Daqui pra cá, não tem”, diz Josicreide, que só tem a visão de um olho, apontando para a área onde foi feita uma escada e que não pegou a rua São João toda. Segundo os moradores, ela foi feita há mais ou menos dois meses. 

Outros problemas e ainda nada de solução

Na localidade, até quando cai água é um problema. “Quando chove aqui, é a água de vala, é água de cano que tá estourado”, diz outra moradora Nilsa Penssanha, de 66 anos. E ainda completa. “Quando a água cai, ela vem batendo aqui, ó (apontando para o meio da canela)”, explica . Além disso, a idosa cria duas crianças, uma de 10 e outra de 6 anos. Ela afirma que quando chove não dorme para retirar a água de onde vive. Também é possível ver problemas na pele do pé da idosa, causado pelos alagamentos. “Coça, coça muito, completa, Nilsa.

A vizinha Simone de Souza Silva Barros confirma e também é uma das prejudicadas com os problemas do encanamento e saneamento. Quando cai a água, alaga debaixo de casa. A gente tem que esperar parar de cair pra poder a gente arrumar ali”, diz mostrando um cano vazando.

A iluminação é outro contratempo pelo qual os moradores têm que passar, pois a rua só tem um poste que “funciona quando quer”. A equipe do Voz das Comunidades saiu à noite da localidade, sob forte chuva. Foi difícil descer sem escorregar e sem iluminação. A luz que existe vem das casas dos moradores. 

“Aqui ajeita a luz num dia e no outro já não acende. Quando venta, a luz já vai embora”. Outra questão é que em algumas paredes da rua estão dando choque. “Você encosta e do nada leva um choque”, diz Josicreide. 

Já Simone, afirma que já fez várias reclamações sobre a área. “Esses pedidos pra melhorar a área, eles nunca saem”.

O que diz os órgãos públicos e associação dos moradores

A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com a  Rio Luz, Águas do Rio, Associação dos Moradores da Grota e Secretaria de Habitação. A Rio Luz pediu telefones de quem mora na rua para verificar a região. Já a Águas do Rio foi até o local no dia seguinte do contato da equipe do Voz. Marquinhos Balão, presidente da associação da Grota, se dispôs a visitar a rua, mas disse que já fez vários pedidos para prefeitura e Governo do Estado, para que os problemas fossem solucionados. Por fim, a Secretaria de Habitação retornou o contato pedindo fotos do local, mas ainda não disse se visitará a região.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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