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Pretos no Enem: projeto paga taxa de inscrição para milhares estudantes

Foto: Adriano Sousa.

Mais de 300 mil pessoas. Esse é o número de candidatos que, segundo o MEC, inscreveram-se mas não pagaram a taxa do Enem 2020 de R$85. O prazo original para efetuar o pagamento terminou no dia 28 de maio, mas agora os estudantes poderão gerar um novo boleto e quitá-lo até o dia 10 de junho. E foi a partir disso que nasceu o projeto “Pretos no Enem”, iniciado pela publicitária Lyara Vidal no Twitter, que ajuda a conectar “padrinhos” e estudantes negros ou indígenas pelo Brasil.

Eu dei o empurrão inicial na ideia, mas não esperava que fosse tomar essa proporção. Eu li essa matéria que falava que 300 mil pessoas não conseguiriam fazer o Enem por não pagar a taxa de inscrição, então me ofereci pra ajudar pagando o boleto de dois pretos ou pretas que me seguissem no Twitter. Digo dois porque é o que cabia no meu orçamento. Um amigo ali se oferecendo para pagar um, outro querendo pagar outro, isso virou uma corrente gigantesca! O Luan Alencar, que mora em Juazeiro do Norte e também é podcaster, teve essa disposição de jogar o projeto para frente e deixar ele com uma cara de oficial“, diz Lyara.

Lyara Vidal

O “Pretos no Enem” já conta com 74 voluntários, que se dividem entre criar conteúdo para as redes sociais, responder e manter contato com os mais de 11 mil padrinhos, organizar planilhas, divulgar para pessoas e instituições e captar estudantes. O apadrinhamento acontece pelo Instagram e não solicita contas bancárias, doações, vaquinhas ou transferências. Para ser ajudado, basta mandar uma mensagem pelo direct contando um pouco da história, trajetória de vida e do porquê essa ajuda significa tanto para você.

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Mais padrinhos que estudantes

A onda de generosidade foi tão grande que o projeto tem 10 mil padrinhos aguardando novos vestibulandos que precisam da ajuda. Lyara conta que diversas histórias emocionantes já foram recebidas: “recebemos mensagens de pessoas desempregadas querendo ajudar, pessoas querendo contribuir com o auxílio emergencial. Sabemos que isso só mostra a desigualdade do país e o reflexo de um esforço imenso, que nem deveria acontecer. Mas também mostra como o brasileiro também tem o coração bom e cheio de empatia“, afirma a idealizadora do projeto, que também faz o podcast “Indo e Voltando”, voltado para a cultura nordestina.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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