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Moradores da Cidade de Deus ainda sofrem com problemas na água

É a falta de água nas torneiras que encerram o verão dos Moradores da Cidade de Deus

Suco de acerola, achocolatado, café, leite com canela, enfim, tudo isso sai das torneiras dos moradores da Cidade de Deus, zona Oeste do Rio, menos a água. Desde os fortes temporais que atingiram todo o Rio de Janeiro durante a semana do Carnaval os moradores da CDD relatam os problemas enfrentados com o abastecimento de água. Os canos de tubulações hidrográfica da região foram obstruídos devido ao grande temporal, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro – CEDAE fez desobstrução da tubulação e foi pedido aos moradores que aguardasse após a conclusão do serviço 72 horas para água se restabelecer e normalizar completamente. Um mês se passou e nada da água insipida, inodoro e incolor conforme a educação básica ensina chegar. E falando de educação, as principais escolas da região tiveram seu cronograma alterado e em muitas delas ausência de aula.

Além da falta de água potável, aula nas escolas e resposta satisfatória, os moradores da Cidade de Deus têm enfrentado um surto de gastroenterite e dermatite atópica, doença que tem relação direta com o mau uso/ingestão de água impróprio para o consumo.

Reprodução: TV GLOBO

A Cedae está acompanhando e realizando ações de manutenção e avaliação da qualidade da água na comunidade, já tendo encaminhado na terça-feira laudos atestando a qualidade da água fornecida a três escolas da região. No dia (14/03), a companhia realizou a coleta de água em sete pontos (quatro escolas municipais, um Ciep, uma UPA e um edifício residencial) na entrada de água – que corresponde à água que chega ao imóvel pela rede da companhia -, para análise. De acordo com a Cedae, todas as amostras estavam dentro dos padrões de potabilidade, entretanto, não é isso que os moradores confirmam.

Noemy Farneze, 21 anos e moradora da Cidade de Deus confirmou que está sim existindo assistência por parte da Cedae, mas não tem sido efetivo para melhorar o quadro que se arrasta há mais de 30 dias.

A companhia também realizou coleta de água nos reservatórios internos dos imóveis, que não eram de sua responsabilidade, e em duas escolas municipais (Perciliana de Alvarenga e Alberto Rangel) detectou-se alteração na qualidade da água e necessidade de limpeza das cisternas.

Embora a responsabilidade interna seja do proprietário, a Cedae programou a limpeza das caixas para hoje, em apoio às unidades de ensino. Cabe informar que a companhia está em contato com a Vigilância Sanitária e secretaria Municipal de Educação, encaminhando os laudos e prestando todo o apoio nas ações na comunidade.

A Secretaria de Estado de Saúde montou nesta quinta-feira (15/03) uma tenda na Cidade de Deus para distribuição de pastilhas de cloro. A ação está sendo realizada em parceria com a Defesa Civil estadual e tem o objetivo de auxiliar na desinfecção da água das residências da região, que apresentam suspeita de contaminação. Técnicos da SES estão atuando em conjunto com o município do Rio de Janeiro.

Foto: Página CDD Acontece
Foto: Página CDD Acontece

Em contato direto com a CEDAE e a prefeitura do Rio para possamos ajudar a resolver esse problema o quanto antes. A medida emergencial foi montar essa estrutura para distribuição de hipoclorito para que a água possa ser desinfetada e consumida sem prejuízo aos moradores – explicou o secretário de Estado de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr.

Técnicos da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES estiveram na comunidade para orientar os moradores sobre a utilização das pastilhas e estão oferecendo suporte técnico ao município. Equipes da Cedae já realizaram a desobstrução de suas redes de água em diversos pontos, e caso haja alguma solicitação relativa a abastecimento, a mesma pediu para os moradores informar os seus respectivos endereços para que as equipes possam verificar o ramal do imóvel e assim realizar de maneira mais efetiva a desobstrução.

Por: Cleyton Santana – Fotos: CDD Acontece

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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