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Com 17 anos, Mayara Vitória quebra paradigmas e realiza o sonho de ser atleta de hipismo

Cavaleira do Vidigal prova que o amor é fundamental para conquistar objetivos
Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades

Se as regras para ser cavaleiro/cavaleira diz que é preciso começar bem jovem a trabalhar com cavalos, ter tradição familiar no hipismo, ter uma vida abastada para se associar a uma hípica e ter muita paixão pelos animais, Mayara Vitória Alves veio ao mundo para contrariar todas essas regras e mostrar que o amor é a única característica fundamental para conseguir chegar ao seu objetivo nesse esporte.  

A atleta, de 17 anos, que sempre foi apaixonada por hipismo e por cavalos, mesmo começando a praticar o esporte somente na adolescência, aos 14 anos, mostrou grande desenvoltura e por isso conseguiu uma bolsa de 100% numa tradicional escola de equitação. Hoje já desponta como um grande talento da modalidade, conquistando diversas vitórias nas competições que vem disputando.

“Eu monto bem e eles gostaram logo de cara. Eu só tinha montado em pangaré quando ia pra casa da minha avó, em Miguel Pereira, nas férias. Quando montei pela primeira vez um cavalo na hípica foi a realização de um sonho porque eu amo cavalos e amo o esporte”, contou Mayara. 

A cavaleira que é cria do Vidigal foi levada para a hípica por seu pai, Roberto dos Santos Raimundo, que, sabendo da sua paixão pelo hipismo desde cedo, quis lhe dar uma visita ao Jóquei Clube de presente. O que era apenas uma visita acabou virando profissão e isso já faz cerca de três anos.

“Ela me falava de cavalos desde pequena e dizia que tinha vontade de praticar esse esporte (hipismo) e no dia do aniversário dela, de 14 anos, levei ela no Jóquei. Lá eu conversei com um rapaz da portaria e ele deixou ela entrar e montar num pônei. Esse foi o melhor presente que eu podia ter dado pra minha filha. Dali em diante ela começou a pesquisar e conseguiu uma bolsa por ela mesma. Ela que conseguiu.”, contou o pai orgulhoso.

Ao contrário de outros desportos, no Hipismo não há uma idade máxima limite. Assim, bastam boas condições físicas e saúde, bem como vontade de aprender sempre mais. Mas o que é certo é que a atividade requer uma boa resistência física e por isso os cavaleiros(as) mais jovens geralmente apresentam melhores chances de sucesso.

Mas também há atletas sem experiência de família no setor. Assim, o ideal é ter aulas de Equitação desde bem cedo para começar logo a participar em competições. Porém, também é preciso ter as condições físicas e psicológicas ideais. Pois a montaria é exigente. Para montar a cavalo é preciso ter equilíbrio, coordenação, força muscular e fôlego.

Além disso, é necessária uma harmonia perfeita entre cavalo e cavaleiro. Outro dado importante a reter é que os cavaleiros profissionais costumam ter mais do que um cavalo. Portanto, também requer um certo investimento. Contudo, os atletas com bons resultados podem obter patrocínios interessantes.

“A dica que dou para todos os sonhadores para praticar qualquer esporte é estar sempre acompanhando esse esporte nas redes sociais, seja qualquer esporte que for, pois haverá um dia que abrirá uma oportunidade para você, assim como abriu para mim. Eu fiz uma aula experimental grátis, dei tudo de mim e consegui uma bolsa de 100%. Agora estou em busca de um patrocínio para crescer no hipismo. Então busque seus sonhos, determine-se, corra atrás porque tudo é possível!”, finalizou Mayara Vitória.

A relação dos humanos com os cavalos no passar dos séculos

A relação do homem com o cavalo ajuda a explicar a sobrevivência dos dois ao longo de milênios. Em toda a história humana poucos animais foram tão próximos de nós quanto o cavalo. Inclusive, estima-se que o homem tenha domesticado o primeiro equino há cerca de 6 mil anos no território que hoje corresponde à Rússia e ao Cazaquistão. 

No início, os cavalos eram vistos somente como um aliado na luta pela sobrevivência, um misto de meio de transporte e ferramenta de trabalho. Eles eram considerados capazes de ajudar na plantação, na caça, na guerra e na fuga de predadores. A domesticação era, portanto, mais uma necessidade do que qualquer outra coisa.

A utilização de cavalos em práticas esportivas ocorreu pela primeira vez nos Jogos Olímpicos da Antiguidade no ano de 680 a.c. As provas eram realizadas com bigas (imensas charretes que podiam ser puxadas por 2 ou por 4 cavalos) e as regras se assemelhavam mais à forma como compreendemos os esportes automotivos de hoje do que ao hipismo. Os primeiros registros do hipismo como nós conhecemos mostram que o esporte, ainda que de forma bem rudimentar, surgiu entre os séculos XV e XVII.

A origem do hipismo:

O consenso entre historiadores é que o hipismo teve origem nos clubes de caça ingleses. Na época, esses clubes organizavam competições com o intuito de aprimorar e testar os cavalos utilizados na caça. Apesar de não serem tão elaboradas, essas competições serviam para testar cavaleiros e cavalos sob situações adversas. 

O hipismo no Brasil:

Não demorou para que elas ganhassem o mundo. A primeira competição de hipismo em solo brasileiro ocorreu já em 1641. Foi o Torneio de Cavalaria, organizado por Maurício de Nassau, em Recife e que envolveu cavaleiros de 6 nacionalidades (brasileiros, holandeses, ingleses, portugueses, alemães e franceses). Apesar do pioneirismo, os primeiros clubes de hipismo no país só vieram a aparecer em 1911, 370 anos depois da primeira competição. 

Curiosidades:

Outro marco histórico importante foi a presença nas primeiras olimpíadas. O hipismo é considerado esporte olímpico desde 1900 (com a prova de saltos) e desde 1912 (com o adestramento e o CCE).

Uma curiosidade interessante é que o hipismo é um dos poucos esportes em que homens e mulheres de diversas idades podem competir em patamar de igualdade. Para se ter uma ideia, em 2008 o canadense Ian Millar, aos 61 anos de idade, conquistou a medalha de prata por equipe na modalidade de saltos.

Ao longo da história, o hipismo se mostrou uma prática democrática, além de ser uma boa saída para quem deseja manter a saúde física e mental em dia. 

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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