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OPINIÃO – Mulheres negras enfrentam dupla discrimininação na sociedade

Foto: Paula csnz
Foto: Paula csnz

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data que historicamente destaca as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres de forma universal. No entanto, é importante reconhecer que as experiências das mulheres não são uniformes, pois as mulheres negras, em particular, enfrentam desafios únicos e interseccionais devido à ligação entre gênero e raça.

Esses obstáculso permeiam diversas esferas de suas vidas, desde o acesso às oportunidades educacionais e econômicas, até questões de saúde e segurança que são enfrentados dia e noite. Situação essa que ocorre principalmente por mulheres moradoras de áreas periféricas que sofrem com a desigualdade social latente, combinada com a precariedade dos serviços públicos.

Desde o fenômeno histórico da escravidão, as mulheres negras se organizam elaborando estratégias e ferramentas de sobrevivência que reverberam até hoje na forma da organização do movimento feminino negro. Esse, por sua vez, reivindica a igualdade racial e de gênero, por mais representatividade políticas nos cargos de poder e por inclusão de políticas públicas direcionadas e efetivas.

Para além da luta incansável por tantos direitos, é necessário que as mulheres negras se apropriem e não abandonem o Bem-Viver, conceito que se alinha às tradições indígenas, pleiteando outra forma de vida com mais equilíbrio e que reúna práticas e saberes ignorados pelo modelo político dominante. O conceito foi defendido numa carta em 2015, na Marcha das Mulheres Negras, como proposta política que reivindicava o protagonismo, o reconhecimento das mulheres negras e um novo modelo de sociedade.

Apesar do tempo, a pauta do movimento segue com o mesmo propósito coletivo, trabalhando por um pacto civilizatório para uma sociedade mais justa, diversa e inclusiva, ora com avanços ora com retrocessos.

Novos desafios surgem, novos cenários se configuram, mas com a certeza que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que as mulheres negras sejam respeitadas em suas particularidades e representadas nas decisões políticas e sociais.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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