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‘Reconhecimento de nós’ iniciativa do CPX dá exemplo de educação antirracista

Lei que obriga ensino de história e cultura afro-brasileira completou 20 anos
Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

Como disse Angela Davis, numa sociedade racista, não basta não ser racista, é necessário ser antirracista. Para assegurar que as escolas ensinem a história e cultura afro-brasileira, a lei 10.639/2003 foi criada garantindo obrigatoriamente o ensino nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental até o médio e a lei 11.645/2008 inclui o ensino da cultura e história dos povos indígenas. A educação antirracista é importante para despertar a consciência negra, celebrada em 20 de novembro. No CPX, uma iniciativa educativa dá exemplo. A Escola Quilombista Dandara.

A escola Quilombista Dandara é uma ação educativa fundada em 2016 com ações voltadas para a prática esportiva, desenvolvimento social e educativo de crianças de 6 a 14 anos, que atende diretamente cerca de 20 jovens. A educadora Zilda Chaves, de 66 anos, é uma das lideranças fundadoras da escola. Para ela a educação antirracista é uma importante ferramenta de luta contra o apagamento da história da população negra e dos povos originários, que serve “para o conhecimento de nós”. “Nós pretos não conhecemos muito a nossa história e estamos começando a desenvolver isso agora”. afirma. Na escola quilombista, os educadores voluntários reforçam principalmente a autoestima dos alunos. E por isso Zilda acredita que as próximas gerações serão ainda mais conscientes da importância da luta antirracista. “Se vocês mais jovens continuarem com a busca pela história, vão criar registros da nossa luta para conseguir se impor enquanto povo”, afirma. A professora também destaca a importância de cobrar os representantes para que a lei seja cumprida, lembrando que a lei foi decretada há 20 anos. “Isso somos nós que devemos cobrar dos políticos e eles vão ter que se mexer”, conclui.

As crianças tem acesso à literatura escrita por autores negros
Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

Para a Educadora do MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, Mariana Maia da Silva, também é importante contar as histórias da áfrica relacionando com as religiões de matriz africana indo além da religiosidade. Ela explica que com esse modelo de educação os alunos terão consciência da formação cultural do Brasil. Ela explica que é importante para todos os alunos, educadores e também que as escolas abordem mais as temáticas antirracistas. “Uma educação antirracista acontece todos os dias em sala de aula” afirma. 

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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