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Time de futsal formado por alunos bolsistas do CPX compete pela primeira vez nos Jogos Escolares Brasileiros, em Brasília

JEB’s é classificatório para os Jogos Sul-Americanos que acontecem em dezembro, no Chile
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Dez meninos do Centro Educacional Rodrigues Silva (Ceros) estão em Brasília competindo contra times de futsal de todo o País nos Jogos Escolares Brasileiros (JEB’s). Os jogadores de 13 a 15 anos são moradores do Complexo do Alemão e bolsistas de esporte da escola particular, situada em Ramos, que participa pela primeira vez do campeonato nacional, que tem apoio do Ministério do Esporte.

Nas quartas de final, as estrelas do Ceros irão jogar contra o estado de Pernambuco. Na fase de grupos, o time carioca venceu o Rio Grande do Sul por 4 a 3 e perderam para o Tocantins de 5 a 3. O JEB’s é classificatório para os Jogos Sul-Americanos que acontecem em dezembro, no Chile. 

Capitão do time, o goleiro Ryan Alves, de 13 anos, joga futebol desde os 10. Começou na Vila Olímpíca e hoje, além do time da escola, também joga pelo Ferroviário da Vila. Ele acredita que o ponto mais forte do time é estarem há dois anos jogando juntos. “Eu já sei o que todos eles vão fazer, não tem jogada imprevisível”. Sobre o sentimento de estrear no JEB’s, Ryan aponta: “Depois do primeiro toque o nervosismo vai embora e conseguimos jogar tranquilamente”.

Ryan é goleiro e capitão do time
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Pietro Bellini, de 14 anos, contou que joga futebol desde o seu primeiro ano de vida. “Sempre quis ser jogador de futebol”. O ala-direita ressalta que o que pode trazer o título para casa é a ofensiva do time. “Eu quero ganhar e a gente tem sede de vitória. É muito importante estar fazendo parte dessa história, desse sonho”, afirma. 

Pietro joga futebol desde pequeno
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Já para João Vitor Demidoro, 13, a rapidez dos jogadores do Ceros pode ser uma vantagem sobre os outros competidores. “Nós atacamos muito rápido, não tem como ver”, comenta. O ala-esquerda já pratica o esporte há cinco anos e está no time há um pouco menos de tempo. “Eu tô me sentindo muito feliz, porque em 10 meses eu já participei de quatro troféus”, celebra. 

João Vitor confia na rapidez da equipe
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Enquanto isso, Kayke Costa, de 14 anos, diz que o ponto alto da equipe é Marlon, zagueiro, que não estava presente no dia da entrevista. Todos riem e o jogador que fica tanto como ala-esquerda quanto direita reforça o psicológico inabalável do time: “Nosso toque é muito bom e quando estamos perdendo, temos força de vontade para sair com a vitória”.

Habilidade e talento nos pés de Kayke
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Por trás do time

Durante a reunião pré-viagem, que aconteceu na escola, a diretora Cristina Rodrigues, disse: “Nunca esqueçam de onde vocês vêm”. Em seu discurso, ela deu apoio, conselhos e parabenizou a conquista do time. 

Equipe junto ao técnico, coordenador de esportes e a diretora do Ceros
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Paulo Monteiro, 27 anos, é o coordenador esportivo da escola e pensou, junto à diretora Cristina, no projeto de bolsas através do esporte. Para ele, a evolução do time foi muito mais rápida do que o esperado. “A gente acreditava estar nesse patamar dentro de uns 8 anos, mas não tem nem 2 anos e estamos competindo o nacional”, comemora. 

O técnico Alex Borges, 37, que assim como os meninos, também é morador do Complexo do Alemão, explica que durante os jogos internos eles enxergaram o potencial de criar uma equipe competitiva. “O passo que demos de alcançar o campeonato nacional é precoce. Nós alcançamos isso com menos de 1 ano e 6 meses de competições. Nosso diferencial é o olhar e a longevidade, ou seja, a continuidade do trabalho. Dos 10 atletas que estão indo viajar, sete jogam juntos desde o ano passado. Na seletiva estadual a sintonia e o trabalho de equipe deles já foi um diferencial”, acrescenta. 

Como acompanhar

Todas as competições dos Jogos Escolares Brasileiros podem ser acompanhadas ao vivo através do canal do YouTube: CBDE Brasil.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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