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Gambá, dançarino da batalha dos passinhos é encontrado morto

Domingo de tristeza, ficha que não cai inteira, luto pela morte precoce do Gambá ( Gualter Rocha ), bailarino do Passinho, rapaz tremendamente inquieto, sonhador, intenso. Simplesmente o artista mais talentoso que conheci nos últimos tempos. E eu disse isso quando ele ainda estava vivo! Hoje, amigos e familiares perdem, mas o Rio tb tá perdendo. Um certo viés no futuro da dança carioca meio que se esfarela um pouquinho, a alegria contagiante e espontânea do passinho escurece um pouco. Da minha parte, fico muito e cada vez mais impressionado como esse pacote de contingências chamado pobreza mata. Há anos, nem sei quantos, escolhi um trabalho e uma vida de conexões socias que me colocaram em contato com um outro lado do Rio e do Brasil. E já faz tempo que isso é incômodo e claro: desse lado do mundo morre-se muito mais, morre-se mais cedo. É só um desabafo.

Com palavras de Rafael Dragaud.

Um dos organizadores do campeonato Batalha dos passinhos, Julio Ludemir também comentou no facebook: “gambá, o gênio do passinho, está sumido desde a noite de ano novo. foi visto pela última vez no baile do mandela, às seis da manhã, por um de suas amigas da comunidade do passinho foda. bolinho, outro gênio do passinho, o viu às duas horas da manhã. não estava bêbado ou drogado, como algumas pessoas cogitaram, pelo menos até o momento em que se despediu de bolinho com um aperto de mão. seus dois irmãos foram ao iml, onde o reconheceram pelo bigodinho na foto de uma pessoa enterrada como indigente na sexta-feira. alguns moleques do passinho me disseram hoje, no baile do mandela, que ele teria mexido com a mulher de um bandido e levado para a boca. mas se entendo alguma coisa de crime bandidos, quando matam, somem com o corpo. também até onde entendo de crime bandido esculacha quem mexe com suas mulheres, mas libera depois do corretivo. sinto um cheiro de execução policial, mais um caso de auto de resistência. já pedi ajuda ao deputado marcelo freixo.”

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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